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Da consagração de Gilberto Silva à decepção de Cris, quem participou da caminhada rumo à Coreia e Japão

20 anos do penta: a história mineira no ciclo 1998-2002 teve quem riu por último rindo melhor

Gilberto Silva beijando a taça do penta junto com Ronaldo Fenômeno

O volante Gilberto Silva, revelado pelo América e que na época jogava no Atlético, é a maior marca do futebol mineiro na conquista do pentacampeonato mundial pela Seleção Brasileira há exatos 20 anos, com a vitória por 2 a 0 sobre a Alemanha, em Yokohama. Mas a história do Estado no ciclo que terminou com a taça erguida por Cafu no Japão é muito rica.

Além de Gilberto Silva, titular absoluto no time comandado por Luiz Felipe Scolari, o grupo que foi à Coreia do Sul e Japão contava ainda com o atacante Edílson, que deixou o Flamengo no início de 2002 para defender o Cruzeiro, inclusive aconselhado por Felipão, que tinha deixado a Toca em junho de 2001, justamente para ter aumentadas suas chances de jogar o Mundial. O time carioca tinha naufragado na temporada anterior com um time cheio de estrelas, algo que aconteceu também com a Raposa, mas com uma correção de rota evidente.

O ciclo do penta começou em 23 de setembro de 1998, pouco mais de dois meses após o Brasil perder a final da Copa da França para os donos da casa com uma goleada de 3 a 0. Com Vanderlei Luxemburgo substituindo Zagallo, a Seleção fez um amistoso contra a Iugoslávia no Estádio Castelão, em São Luís.

Para esta partida foram convocados dois atacantes cruzeirenses, Müller e Fábio Júnior, sendo o primeiro o único a entrar em campo, inclusive como titular no empate por 1 a 1 diante dos iugoslavos.

Em 39 dessas 62 partidas pelo menos um jogador de um clube mineiro esteve em campo, o que representa 63%, ou quase 2/3 do total.

Último convocado

O interessante nessa história é que 17 atletas de clubes mineiros foram escalados pelos quatro treinadores que a Seleção Brasileira teve no ciclo do penta, com Vanderlei Luxemburgo, Emerson Leão e Luiz Felipe Scolari efetivos, e Candinho, interino, entre os dois primeiros.

Foram 12 cruzeirenses (Müller, Fábio Júnior, Evanílson, Djair, Marcos Paulo, João Carlos, Cléber, Donizete Oliveira, Ricardinho, Cris, Luisão e Edílson) e cinco atleticanos (Emerson, Cláudio Caçapa, Guilherme, Marques e Gilberto Silva).

O último a entrar em campo foi justamente Gilberto Silva, não só a maior marca do penta entre os jogadores dos clubes do Estado, mas também aquele que mais atuou, pois esteve em campo 14 vezes nos 69 jogos que o Brasil disputou entre 23 de setembro de 1998, contra a Iugoslávia, e os 2 a 0 sobre a Alemanha, em 30 de junho de 2002, em Yokohama.

Decepção

O segundo neste ranking de partidas é um jogador que esteve muito próximo da Copa do Mundo da Coreia do Sul e Japão, mas acabou perdendo a chance de integrar a Família Scolari.

O zagueiro Cris, como atleta do Cruzeiro, disputou 11 jogos pela Seleção sob o comando de Felipão, sendo titular inclusive na estreia do treinador, em 1º de julho de 2001, com uma derrota de 1 a 0 para o Uruguai, no Centenário, pelas Eliminatórias, quando formou o trio de zaga com Antônio Carlos e Roque Júnior.

O cartaz do cruzeirense com Scolari era tão grande, que ele foi capitão da Seleção em duas partidas, contra a Bolívia, em 31 de janeiro de 2002, e a Arábia Saudita, em 6 de fevereiro do mesmo ano.

Mas a partir de março, Cris entrou num momento pessoal complicado, acumulou expulsões e perdeu seu espaço no grupo da Seleção Brasileira, perdendo a chance de integrar a delegação do penta.

Recorde

Em quatro oportunidades, no ciclo do penta, a Seleção chegou a ter quatro jogadores de clubes mineiros em campo. Isso aconteceu pela primeira vez sob o comando interino de Candinho, que treinou o time uma única vez, em 8 de outubro de 2000, em Maracaibo, diante da Venezuela, pelas Eliminatórias. Naquela goleada por 6 a 0, atuaram Cléber, Donizete Oliveira e Ricardinho, do Cruzeiro, e Marques, do Atlético.

Esse recorde voltou a ser registrado em 31 de janeiro de 2002, diante da Bolívia (6 a 0), em Goiânia, com Gilberto Silva, Cris, Marques e Edílson jogando. Esse quarteto voltou a atuar em mais duas oportunidades naquele ano, em 6 de fevereiro, contra a Arábia Saudita (1 a 0), em Riad, e 7 de março, diante da Islândia (6 a 1), em Cuiabá.

Foi, mas não jogou

Além dos 17 “mineiros” que entraram em campo, mais cinco jogadores de Atlético e Cruzeiro foram convocados para a Seleção no período entre as Copas de 1998 e 2002, mas não entraram em campo.

Em 28 de outubro de 1998, Dida foi chamado para o amistoso de 18 de novembro contra a Rússia, que foi goleada por 5 a 1, em Fortaleza, mas acabou cortado por causa da decisão da Copa Mercosul contra o Palmeiras. Assim abriu espaço para que Emerson, do Atlético, fosse chamado e entrasse em campo no final do jogo no lugar de Rogério Ceni.

O mesmo aconteceu por duas vezes com Velloso, em 2000, sob o comando de Luxemburgo, e 2001, com Leão à frente da Seleção. Outro goleiro do futebol mineiro convocado, mas sem entrar em campo foi Bosco, do Cruzeiro, também em 2001, mesmo ano em que o meia Alex, da Raposa, foi chamado por Felipão para jogo contra a Argentina, pelas Eliminatórias, mas ficou apenas no banco de reservas.

Entre nomes que fizeram história e outros que apenas viveram bons momentos, o futebol mineiro fez parte da história do pentacampeonato mundial da Seleção Brasileira, conquistado há exatas duas décadas do outro lado do mundo.

Por Alexandre Simões

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