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Campo pesado, atuações individuais ruins, defesa desfalcada; Galo teve barreiras diante da Chapecoense, em resultado fora da rota; mas a liderança segue lá, com gordura

Perder pontos para o lanterna e pior mandante do Campeonato Brasileiro é um capítulo negativo na trajetória do Atlético-MG. Na frieza do jogo, o Galo impediu uma derrota de virada. Ainda assim, o empate é aquém, não há dúvidas. Barreiras surgiram e o líder, ao contrário de outras rodadas, não conseguiu superá-las. Por outro lado, instalar desânimo para o futuro será o grande erro do clube.

O empate do Flamengo e a derrota Palmeiras, naturalmente, impactam nos efeitos do resultado ruim do Galo. O Fla tem dois jogos a menos e pode, no futuro, diminuir a diferença de 11 para 5 pontos, apenas. O Verdão também está 11 pontos atrás do líder.

 

São 50 pontos alcançados em 23 rodadas. Nunca o Atlético conseguiu tal marca em tão pouco tempo na competição. Nem em 2012, quando fez um primeiro turno praticamente impecável. A esta altura do torneio, já havia perdido a ponta para o Fluminense. O coração do torcedor do Galo é calejado para decepções, o histórico é composto de muitos “quases”. Mas nunca o clube, nos pontos corridos, pavimentou caminho tão sólido para encerrar o jejum de 49 anos.

Hulk e Dylan comemoram o primeiro gol do Atlético-MG — Foto: Pedro Souza/Atlético-MG

Hulk e Dylan comemoram o primeiro gol do Atlético-MG — Foto: Pedro Souza/Atlético-MG

Em Chapecó, a chuva castigou. Ainda que a drenagem da Arena Condá tenha vencido o temporal na cidade, poças d’água no campo de ataque prejudicaram o Galo no primeiro tempo. O pior time do Brasileiro deu espaços, não foi a retranca total que se esperava, e o clube mineiro não soube aproveitar.

Ainda que abrisse o placar com Dylan Borrero esperto no rebote de escanteio. A defesa, sem três titulares, errou na saída de bola e não conseguiu neutralizar a penetração de Geuvânio, para empatar ainda na etapa inicial. A Chape viraria em novo lance de azar do (muito) bom zagueiro Nathan Silva, único titular do setor, à exceção do goleiro Everson.

O empate veio do raçudo Sasha, iluminado. E, por muito pouco, Hulk não teve a bola da virada. O artilheiro e garçom do Galo, um dos principais nomes do futebol brasileiro, teve uma noite infeliz. Não conseguiu conexão nas jogadas. Reclamou (justo) de cansaço. Foram dois campos encharcados por chuvas, contra Inter e Chape. A perna pesa. Mas ele segue sendo decisivo e será fundamental para a busca do troféu.

Técnico Cuca na partida entre Atlético-MG ex Chapeconese, no estádio Arena Condá, válido pela 24ª rodada do Campeonato Brasileiro. — Foto: Dinho Zanotto/AGIF

Técnico Cuca na partida entre Atlético-MG ex Chapeconese, no estádio Arena Condá, válido pela 24ª rodada do Campeonato Brasileiro. — Foto: Dinho Zanotto/AGIF

Outro protagonista do Galo é Nacho Fernández. Ainda que não tenha as mesmas atuações de antes, o camisa 26 tem uma fluidez nos passes que impressiona. Raramente não deixa alguém em condições de marcar nas partidas. O que desperta a atenção, de quem vê de longe, é que o fôlego do argentino não é o mesmo para, por exemplo, fechar espaços sem a bola.

O Galo tem dois jogos dentro de casa, em sequência. Ceará e Santos. Se não conseguiu “corrigir” o resultado do turno contra a Chape (quando havia empatado de 1 a 1), tem obrigação de vencer os alvinegros (perdeu para ambos na primeira metade do torneio) e mostrar que a busca pelo pote de ouro, quase cinco décadas depois, nunca esteve tão focada.

Por Fred Ribeiro

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