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Galo sai na frente no duelo contra o River Plate e um empate na volta garante vaga na semifinal da Copa Libertadores, fase não atingida desde 2013, quando foi campeão

Antes de a coletiva de imprensa começar, Cuca pegou o microfone, olhou para um lado, para outro, ajeitou o cabelo e perguntou: “Está bom aqui?” Uma pergunta que também pode servir aos críticos. O Atlético tem o que melhorar, mas é impossível não celebrar o momento. Uma vitória deste quilate, contra o River Plate (1 a 0, no Monumental de Núñez), é um recado de que o time está sedento por títulos, e ainda com Diego Costa para chegar.

Se o primeiro tempo foi de um Galo mais retraído, com componentes do ataque presos na função de fechar espaços, e um meio de campo que era sufocado pelo River na saída de bola, o time foi outro no segundo tempo. A velha conversa de vestiário que vem fazendo a diferença na temporada.

Jogadores do Atlético comemoram gol da vitória diante do River Plate — Foto: Pedro Souza/Atlético-MG

Jogadores do Atlético comemoram gol da vitória diante do River Plate — Foto: Pedro Souza/Atlético-MG

Viradas contra Juventude e Corinthians no Brasileiro, gols nas etapas complementares para resolver jogos e inteligência para atacar aproveitando uma solidez defensiva que há anos, décadas, não se via no Galo. São apenas três gols sofridos em nove jogos da Libertadores. Isso com 270 minutos contra Boca e River Plate. Faltam 90 minutos, cruciais, em casa. Nada está ganho, é verdade. Uma eliminação seria duríssima. Mas é preciso dizer. O Atlético construiu um time com estrutura de campeão.

Se vai ser, ou não, impossível cravar. Mas a postura em campo e consciência tática para impedir o gol adversário, aliado ao brilhantismo das peças, é de se aplaudir. Impossível pensar que um time brasileiro irá dominar as ações contra um pesado River, bicampeão recente da Libertadores, vice em 2019, e que tem o mesmo técnico há incríveis sete anos.

A Voz da Torcida - Markin: “É um time que sabe o que está fazendo”

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A escalação do Galo foi ousada, no papel. Um lado esquerdo mais forte ofensivamente, com Guilherme Arana, recém-chegado das Olimpíadas, e Eduardo Vargas na ponta. Na etapa inicial, poucas ações ofensivas, Hulk muito ilhado no ataque, Nacho ainda se encontrando e uma carga alta na defesa. Impressionou a postura dos defensores no que diz respeito a matar a linha de passe e forçar o erro do River.

No segundo tempo, com Jair e Allan dominantes no crescimento da linha do Galo, diante de um River que teve poucas jogadas trabalhadas – Carrascal, o armador, foi sacado cedo do jogo – o time de Cuca conseguiu marcar no cruzamento de Zaracho na direita, ajeitada de cabeça de Hulk no centro e Nacho chicoteando a bola de primeira.

Cuca e Gallardo, técnicos campeões da Libertadores — Foto: Conmebol

Cuca e Gallardo, técnicos campeões da Libertadores — Foto: Conmebol

Depois, muita pressão, principalmente pelo alto, com Everson salvador, e os zagueiros Nathan Silva e Alonso impiedosos no fechamento de espaços. Réver, que entrou no lugar de Allan, quase marcou de cabeça. Armani também teve trabalho e, por muito pouco, não viu Allan anotar um gol histórico de cobertura, do “meio da rua”.

Everson disse que o Atlético soube sofrer. Cuca analisou o desempenho como grande partida, mas ambos são unânimes no que diz respeito aos 90 minutos da volta (com torcida no Mineirão). Há jogo a ser jogado. E todo cuidado é pouco. O River, de Gallardo, só perdeu seis jogos fora de casa, desde 2015. Ainda que um empate dará uma semifinal ao Galo, que não chega desde 2013, com Cuca.

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