O estudo foi feito pela Imperial College de Londres
Foram analisadas as cidades de Curitiba, Florianópolis, Goiânia, João Pessoa, Macapá, Manaus, Natal, Porto Alegre, Porto Velho, Rio de Janeiro, Salvador, São Luís e São Paulo, além da capital mineira.
O estudo realizado pelo Imperial College de Londres usou registros de pacientes após a hospitalização – suspeitos ou confirmados – para documentar taxas de mortalidade hospitalar que ocorreram com a propagação da variante Gama SARS-CoV-2.
Conforme os dados das 14 capitais estaduais, mais da metade dos pacientes hospitalizados morreram durante períodos prolongados.
Além disso, a pesquisa apontou que as “flutuações extensas nas taxas de fatalidade” de pacientes em tratamento parcial dentro de uma unidade hospitalar, “também existiam antes da detecção da Gama e eram amplamente transitórias após a detecção da variante, diminuindo com a demanda do hospital”.
Para a pesquisa, os especialistas usaram modelo de taxa de letalidade bayesiana. “Descobrimos que as flutuações geográficas e temporais nas taxas de letalidade intra-hospitalar Covid-19 do Brasil estão, principalmente, associadas a desigualdades geográficas e escassez de capacidade de atendimento à saúde”.
O estudo chegou à conclusão de que aproximadamente metade das mortes em decorrência da doença no Brasil poderia ter sido evitada. “Nossos resultados sugerem que os investimentos em recursos de saúde, otimização de saúde e preparação para pandemia são essenciais para minimizar a mortalidade e morbidade da população, causadas por patógenos altamente transmissíveis e mortais como SARS-CoV-2, especialmente em países de baixa e média renda”, destacou.
“Com base nos dados de 26 de julho de 2021, as projeções apontam que cerca de um quarto das mortes atribuídas a Covid-19 em hospitais poderia ter sido evitada se todos os hospitais do Brasil tivessem a taxa de fatalidade observada em Belo Horizonte”, concluiu.