Declaração do governador Romeu Zema sobre consórcio Sul Sudeste gerou insatisfação de políticos da região Nordeste
No mês passado, o governador de Minas afirmou que a União dos estados das regiões Sul e Sudeste, no Cosud, teve como objetivo garantir maior protagonismo para as regiões e conseguir maiores conquistas junto ao governo federal e ao Congresso.
“Ficou claro nessa reforma tributária que já começamos a mostrar nosso peso. Eles queriam colocar um conselho federativo com um voto por Estado. Nós falamos, ‘não senhor’. Nós queremos (votação) proporcional à população. Por que (com) sete Estados em 27, iríamos aprovar o quê? Nada. O Norte e Nordeste é que mandariam. Aí, nós falamos que não. Pode ter o Conselho, mas proporcional. Se temos 56% da população, nós queremos ter peso equivalente”, afirmou Zema.
Números da pesquisa
De acordo com o levantamento da Quaest, feito entre os dias 10 e 14 de agosto, com 2.029 pessoas, 57% dos entrevistados concordam com a fala do govenador de Minas. Já 30% dos entrevistados discordam da fala de Romeu Zema. Outros 13% não souberam ou não responderam.
Quando perguntados se a fala de Zema deveria ser evitada, 61% concordaram e 26% discordaram. Outros 13% não souberam ou não responderam.
Já quando questionados se o Brasil deveria permanecer unido ou deveria se dividir, 85% responderam que o país deve se manter unido e apenas 11% consideraram melhor a divisão do país.
O diretor da Genial/Quaest, cientista político Felipe Nunes, não viu incoerência ou contradição nos resultados. “Na minha avaliação não é qualquer incoerência. Esses resultados revelam a própria natureza da avaliação política no país. O nosso eleitor vê como natural a disputa por protagonismo e força política, mas acha inapropriado que um governador instigue a rivalidade regional ao fazer a defesa nesses termos. Ou seja, Zema não desagradou pelo que pensa ou disse, mas pela forma como escolheu abordar a situação. E na política, forma também é mensagem”, afirmou Nunes.