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Ministro da Casa Civil, Rui Costa, afirmou que pretende manter investimentos já previstos em concessões e PPPs

Governo Lula nega pedido de deputados do PT de Minas e mantém concessão do metrô de BH 

Governo Lula anunciou que pretende manter projeto de concessão do metrô de BH

O governo federal negou um pedido feito por deputados do PT de Minas Gerais e manteve o apoio ao projeto de concessão do metrô de Belo Horizonte. A decisão atende a um pedido do governador Romeu Zema (Novo), que colocou a obra de expansão do metrô como uma das prioridades para os próximos anos.

O ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa (PT), afirmou que o projeto do metrô de BH será mantido pelo Palácio do Planalto durante encontro com o governador de São Paulo, na quarta-feira (11), com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

“Vamos modelar portos, aeroportos, projetos para atrair investimentos. Aqueles que estavam prontos, como o metrô de Belo Horizonte, nós concordamos que ocorresse. Os outros, nós vamos ajustar a modelagem, só isso. Se é privatização, se é concessão, se é PPP”, disse o ministro da Casa Civil.

Na semana passada, um grupo de 24 deputados estaduais e federais do PT, PCdoB, PV e PSOL enviou um ofício ao presidente Lula pedindo que o Planalto revogue o projeto de concessão do metrô de BH.

O leilão do metrô de BH foi realizado no dia 22 de dezembro, vencido pelo Grupo Comporte, que apresentou lance de R$ 25,7 milhões. O grupo vai operar o metrô da capital pelos próximos 30 anos e terá que fazer a expansão da linha 1 e a construção da linha 2, até a região do Barreiro.

Ofício para revogar concessão

Os deputados e deputadas queriam que a privatização da CBTU Minas fosse incluída no “revogaço” assinado por Lula em 2 de janeiro, quando ele cancelou que estatais como a Petrobras e os Correios fossem incluídos no Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), responsável por esse procedimento.

O documento é assinado pelos seguintes deputados estaduais e federais: Beatriz Cerqueira (PT), Betão (PT), Jean Freire (PT), Celinho do Sintrocel (PCdoB), Lohanna (PV), Ulysses Gomes (PT), Andréia de Jesus (PT), Leleco Pimentel (PT), Cristiano Silveira (PT), Leninha (PT), Ricardo Campos (PT), Professor Cleiton (PV), Marquinhos Lemos (PT), Bella Gonçalves (PSOL), Macaé Evaristo (PT), Miguel Ângelo (PT), Padre João (PT), Patrus Ananias (PT), Paulo Guedes (PT), Rogério Corrêia (PT), Dandara (PT), Ana Pimentel (PT), Odair Cunha (PT) e Célia Xacriabá (PSOL).

O deputado Rogério Correia afirmou que a bancada vai tentar na próxima semana convencer o presidente Lula de que o projeto tem “erros”.

“Tem muita pressão do governo de Minas, mas essa privatização, da forma como está sendo feita, é um equívoco. Nós mantemos a posição da bancada. O metrô foi leiloado por um preço muito barato”, afirmou Correia.

“Acho que o governo federal pesou a questão de manter a necessidade de se construir a linha dois. Nós tentamos barrar na Justiça e fizemos os movimentos necessários. Temos uma pressão do governo Zema, que é um privatista de primeira linha. Na semana que vem, chegando em Brasília, vamos tentar conversar com o ministro Padilha e buscar alternativas”, afirmou Correia.

Déficit na operação

De acordo com dados obtidos pela reportagem da Itatiaia junto à Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), entre 2017 e outubro deste ano, o governo federal desembolsou mais de R$ 1,1 bilhão para manter a operação do metrô de Belo Horizonte.

Os prejuízos com a operação da linha na capital mineira variaram de R$ 167 milhões em 2021 a R$ 243 milhões. Os dados somam os custos com a folha de pagamento dos 1.470 funcionários da companhia em Minas e os gastos com operação, reduzidos as receitas recebidas com as passagens.

Os gastos anuais dos cofres públicos com o metrô de BH são uma das justificativas do governo de Minas para defender a concessão. O secretário de Infraestrutura, Fernando Marcato calcula que os cofres públicos terão uma economia de mais de R$ 7 bi com a concessão do metrô.

“Vamos passar para a iniciativa privada, que fará melhorias na linha 1 e vai construir e operar a linha 2, por 30 anos. Então, ao invés de o Estado colocar R$ 10,8 bilhões, vai colocar R$ 3,2 bilhões. Só nesse cálculo, o Estado está economizando R$ 7,6 bilhões”, afirmou o secretário após o leilão do metrô.

Por Marcelo Fonseca

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