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De folga no Atlético-MG, o meio-campo Tchê Tchê falou, nesta terça-feira, pela “primeira e última vez”, sobre a polêmica com Fernando DIniz, no São Paulo. Em janeiro deste ano, quando ainda defendia o Tricolor, o jogador foi chamado de “ingrato”, “perninha” e “mascaradinho” pelo então comandante, hoje no Santos.

Desde o ocorrido, Tchê Tchê nunca havia aceitado falar à imprensa sobre o assunto. Nesta terça, em entrevista ao podcast “Podpah”, finalmente abriu o jogo.

– Primeira e última vez que vou tocar nesse assunto. Eu fui criado de uma maneira de sempre respeitar as pessoas, nunca faltei, nunca xinguei ninguém. Tanto que no episodio eu poderia ter virado e xingado, mas não. Simplesmente mantive a minha postura, que é a que eu tenho no dia a dia. (…) Mas isso fez mal não foi só pra mim. Você chegar em casa, todo mundo mal, seu pai te ligar chorando. É totalmente na contramão dos princípios que eu fui criado. Não sou mala, não sou perna, não sou arrogante. Ele (Diniz) foi mal naquilo, ele foi mal.

Atlético-MG x Chapecoense; Tchê Tchê — Foto: Agência i7/ Mineirão

Atlético-MG x Chapecoense; Tchê Tchê — Foto: Agência i7/ Mineirão

“O ‘bagulho’ tomou uma proporção, que as pessoas em qualquer lugar, se vão comentar qualquer coisa: ‘Olha o perninha aí’. Não tem perninha, ‘tio’. Não sou perninha. Tenho postura da hora, seja onde for” (Tchê Tchê)

O episódio aconteceu no primeiro tempo da derrota do São Paulo por 4 a 2 para o Bragantino, em janeiro, pelo Brasileirão de 2020. Tchê Tchê havia reclamado com Diniz que os jogadores costumam retrucá-lo durante o jogo – e pergunta por que ele não poderia fazer o mesmo. Diniz, então, explodiu com o meia

– Seu ingrato do c…, seu perninha do c…, seu mascaradinho. Vai se f…

Fernando Diniz xinga Tchê Tchê durante jogo contra o Bragantino — Foto: Reprodução

Fernando Diniz xinga Tchê Tchê durante jogo contra o Bragantino — Foto: Reprodução

Na entrevista após a partida, Diniz minimizou o caso. Disse que havia sido “coisa do jogo”, que o assunto seria tratado internamente, e que Tchê Tchê entendia o “jeito de cobrar” do treinador. Quase nove meses depois, o meia explicou que não levou tão na boa assim.

– Não foi um negócio saudável pra mim. Eu fiquei com muita raiva. Uma raiva incontrolável. E daí que eu falo que Deus é muito bom, porque no final das contas eu agi da maneira certa e as coisas continuaram dando certo pra mim. Eu não precisava virar pro cara e xingar ele. eu não fui criado assim. Do mesmo jeito que eu não sou um ‘mala’, eu não sou um cara desrespeitoso. O cara (Diniz) me conhecia, tinha uma ligação forte, então acho que foi uma coisa desnecessária – desabafou.

Decepção com São Paulo e vestiário

Tchê Tchê afirmou que nunca quis falar sobre o assunto para não ficar marcado pelo ocorrido. Ele disse que esperou uma postura oficial do São Paulo blindando o caso, algo que nunca aconteceu.

– Eu falei, ‘não vou me posicionar’. Esperei que alguém falasse por mim. Eu não me sentia à vontade. Ninguém me protegeu no clube, ninguém tomou a frente no ‘bagulho’. Simplesmente, “ah, aconteceu, é o pai dele”, tá ligado? Eu não tenho pai nenhum no futebol. Eu fiz o bagulho acontecer desde o início. Ninguém fez favor para mim.

Fernando Diniz São Paulo Antony Tche Tche — Foto: Marcelo Hazan

Fernando Diniz São Paulo Antony Tche Tche — Foto: Marcelo Hazan

O São Paulo ainda era líder disparado do Brasileirão na época do ocorrido, com seis pontos de vantagem para o Galo, atual clube de Tchê Tchê. Depois daquele jogo, porém, o Tricolor empacou uma sequência ruim e acabou terminando o campeonato apenas na quarta posição.

– Não posicionei também pra não parecer… Pô, o cara arrumou briga com o treinador, os caras perderam o título e foi isso que f*** o São Paulo no Brasileiro e perdeu por coisa no bastidor (…) E eu na minha postura, não vou falar nada, vou trabalhar, e ‘trampei’, mano. Fiz vários gols, ganhei prêmio de melhor da partida. Tenho nada que falar.

Por Redação do ge

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