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Barragens a montante de Congonhas e Itabira foram eliminadas, conforme anunciou a Vale nesta sexta (29). Ainda neste ano, mais três estruturas serão descaracterizadas em Minas

Mais duas barragens da Vale são descaracterizadas em Minas Gerais 

A barragem Baixo João Pereira, em Congonhas, foi descaracterizada pela Vale

A Vale anunciou nesta sexta-feira (29) que concluiu as obras de eliminação de mais duas barragens a montante em Minas Gerais. São elas: barragem Baixo João Pereira, na Mina Fábrica, em Congonhas, e Dique 4 da barragem Pontal, em Itabira, ambas na região Central do estado.

De acordo com a empresa, as duas estruturas são as primeiras concluídas das cinco previstas para este ano. No estado, existem 30 estruturas deste modelo. Desde 2019, nove delas foram eliminadas. Até o final deste ano, a expectativa é de que 12 das 30 estruturas estejam descaracterizadas.

Após o rompimento da barragem em Brumadinho, a Vale começou a eliminar estruturas a montante para evitar que tragédias como essa voltem a acontecer. Conforme a empresa, “as obras de descaracterização são complexas, com soluções customizadas para cada estrutura e estão sendo realizadas de forma cautelosa”.

Baixo João Pereira

A barragem Baixo João Pereira continha cerca de 72 mil metros cúbicos de sedimentos, que foram retirados do reservatório e colocados em pilhas de estéril da Mina Fábrica. Ao menos 230 pessoas trabalharam na descaracterização da estrutura, onde, na mesma área, está sendo construída uma nova barragem com previsão de conclusão para o final deste ano.

Dique 4

O Dique 4 recebia cerca de 3,7 milhões de metros cúbicos de rejeitos e também teve sua estrutura eliminada dentro do próprio Sistema Pontal. “As obras complementares na estrutura, como a revegetação da área e drenagem, seguirão ao longo deste semestre”, destacou a Vale.

Além disso, em Itabira, a Coqueirinho, estrutura de contenção, também foi concluída com o objetivo de aumentar a segurança para a futura fase de obras dos diques Minervino e Cordão Nova Vista, que fazem parte do Sistema Pontal.

“A contenção funcionará como uma barreira para reter os rejeitos em caso hipotético de ruptura dos Diques e é a quarta estrutura de contenção implantada pela Vale para proteger comunidades e o meio ambiente próximos às barragens em processo de descaracterização no Brasil”, esclareceu.

O processo do Programa de Descaracterização é acompanhado pelos órgãos competentes e pela auditoria técnica do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG).

Próximas estruturas

Mais três barragens serão descaracterizadas ainda neste ano em Minas. Sendo elas: Dique 3 da barragem de Pontal e a barragem Ipoema, em Itabira, e o Dique Auxiliar da barragem 5, na Mina Águas Claras, em Nova Lima.

“O Programa de Descaracterização de Barragens a Montante é parte de uma ampla transformação na gestão de barragens da Vale após o rompimento em Brumadinho, que incluiu uma profunda análise técnica do histórico e das condições atuais de cada uma das estruturas de disposição de rejeitos da companhia. O Programa foi anunciado em 2019, antes da publicação da legislação referente ao tema. As barragens a montante da empresa estão desativadas e o cronograma das obras está disponível no portal ESG”, explicou a empresa.

Durante a transformação na gestão de barragens, conforme a Vale, processos e práticas estão sendo “alinhadas às mais rigorosas práticas internacionais, com destaque para a adoção do Global Industry Standard on Tailings Management (GISTM, em inglês) – Padrão Global da Indústria para a Gestão de Rejeitos”.

A expectativa é que nenhuma barragem esteja em estado crítico de segurança, ou seja, no nível 3 de emergência até 2025.

Por Patrícia Marques

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