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Desconhecido parou Ludmila Cassemiro na rua, no bairro Cachoeirinha, na Região Nordeste, para dizer que se incomodava com o cabelo dela

Ludmila Cassemiro — Foto: Instagram/ Reprodução

Ludmila Cassemiro — Foto: Instagram/ Reprodução

Ludmila afirmou que esta não é a primeira vez que ela é vítima de racismo. A jovem já chegou a perder oportunidades de trabalho e até o emprego por causa do cabelo.

“Não foi um caso isolado, infelizmente. Já fui demitida do serviço sob a justificativa de que meu cabelo poluía o ambiente. Sempre sou invalidada porque minha imagética é colocada à frente da minha capacidade intelectual”, falou.

A modelo ainda não procurou a polícia, mas pretende denunciar o caso ao Ministério Público.

“Eu vou representar aqueles que ainda não se sentem seguros para quebrar o silêncio. Muitas pessoas me procuraram para agradecer, falando que se sentiram representadas, que eu tive coragem de falar. É só o começo, porque eu pretendo continuar me manifestando. As pessoas fazem mal por sermos quem somos, nossa vida é colocada em ameaça o tempo inteiro”, disse.

 

Após publicar o relato nas redes sociais, Ludmila foi procurada por fotógrafos que ofereceram ensaios gratuitos para mostrar a beleza do cabelo dela, motivo de orgulho e símbolo de resistência.

“É a minha identidade. Eu sempre usei muito produto para tirar o volume, tentar definir o cabelo, até entender que meu cabelo é crespo. Conheci o ativismo, a história, e aprendi a me amar e me respeitar. Hoje eu me amo do jeitinho que eu sou e não mudaria nada”, falou.

 

Crime

Injúria racial é crime previsto no Código Penal brasileiro, com pena de prisão de um a três anos e multa. Consiste em ofender a honra de alguém valendo-se de elementos referentes a raça, cor, etnia, religião ou origem.

Já o crime de racismo está previsto na previsto na Lei 7.716/1989, e ocorre quando o agressor atinge um grupo ou coletivo de pessoas, discriminando uma etnia de forma geral. Nesses casos, só o Ministério Público tem legitimidade para apresentar denúncia contra o agressor.

Por Rafaela Mansur

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