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Trata-se de um tipo de armamento que, quando lançado, libera uma série de explosivos menores e causa maior dano em uma área mais ampla

KIEV — O exército russo foi acusado nesta segunda-feira de usar bombas de fragmentação contra civis durante a invasão da Ucrânia, que chega hoje ao sexto dia. Esse tipo de armamento é proibido por meio de tratado internacional, em vigor desde 2010, com a adesão de mais de 100 países. No entanto, a lista não inclui Rússia, EUA e Brasil.

Bombas de fragmentação são um tipo de armamento que, quando lançado, libera uma série de explosivos menores, com o objetivo de causar o maior dano em uma área mais ampla. Além do impacto inicial do ataque, há o risco de alguns desses explosivos menores não serem detonados na hora, e serem posteriormente encontrados por civis nessas áreas, elevando o risco de vítimas, especialmente crianças.

Etapas de acionamento da bomba de fragmentação Foto: Editoria de Arte
Etapas de acionamento da bomba de fragmentação Foto: Editoria de Arte

O uso de bombas de fragmentação foi denunciado por grupos de direitos humanos, como as ONGs Human Rights Watch e Anistia Internacional.

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Em comunicado, a Anistia aponta para um ataque contra uma creche na cidade de Okhtyrka, na região de Sumy, que faz fronteira com a Rússia, no dia 25 de fevereiro. A ação, segundo a ONG, deixou três mortos, incluindo uma criança.

O foguete é liberado com milhares de explosivos dentro. Ainda no ar, soltam as bombas, que se espalham. As bombas que caírem, mas não detonarem, podem acabar se tornando minas Foto: Infoglobo
O foguete é liberado com milhares de explosivos dentro. Ainda no ar, soltam as bombas, que se espalham. As bombas que caírem, mas não detonarem, podem acabar se tornando minas Foto: Infoglobo

A ONG também compartilhou imagens de drones que mostram que munições de fragmentação atingiram pelo menos sete locais dentro ou perto do prédio: quatro no telhado e três na calçada em frente à escola. O vídeo também mostra dois civis atingidos pelo bombardeio.

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A Anistia cita informações obtidas pela agência de checagem Bellingcat mostrando que destroços de armas usadas nessas áreas são similares ao de foguetes usados em ataques com bombas de fragmentação.

 

 

“Não há possível justificativa para usar bombas de fragmentação em áreas povoadas, quanto mais perto de uma escola”, afirmou, em comunicado, Agnès Callamard, secretária-geral da Anistia Internacional. “Esse ataque traz todas as marcas do uso indiscriminado pela Rússia dessa arma banida internacionalmente, e mostra um flagrante desrespeito pela vida dos civis”, acrescentou.

Em outro ataque, agora denunciado pela Human Rights Watch, armas de fragmentação teriam sido usadas perto de um hospital na região separatista de Donetsk, mas em uma área controlada pelo governo, no dia 24 de fevereiro, deixando quatro mortos e dez feridos. Imagens dos destroços dos armamentos também comprovariam se tratar de uma ação com bombas de fragmentação.

Por O Globo

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