Pular para o conteúdo principal

Brasileira ficou com a prata na final do individual geral; ela ainda disputa outras duas finais

Foto: Julio Cesar Guimarães/COB
Julio Cesar Guimarães/COB

Rebeca Andrade, aos 22 anos, entrou para a história ao tornar-se a primeira brasileira a conquistar uma medalha olímpica na ginástica artística feminina. Nesta quinta-feira (29), em grande atuação, com segurança e movimentos exuberantes, ela ficou com a prata no individual geral da modalidade.

Ela já chegou à prova com moral. Teve a segunda melhor nota geral nas classificatórias — atrás apenas da norte-americana Simone Biles, superestrela da modalidade que desistiu de participar do individual geral para cuidar da ‘saúde mental’. Rebeca também disputará medalha em dois aparelhos na ginástica artística: solo e salto.

Apresentação

A paulista de Guarulhos pareceu não ter sentido a pressão por um bom desempenho. Rebeca deu um show de talento e conquistou um resultado histórico no Centro de Ginástica de Ariake.

A brasileira, que nos Jogos do Rio tinha ficado na 11ª posição no individual geral, totalizou 57.298 pontos na soma dos quatro aparelhos, ficando na segunda posição. A medalha de ouro ficou com Sunisa Lee, dos Estados Unidos, e o bronze com Angelina Melnikova, do Comitê Olímpico Russo. E o ouro só não veio por causa de dois erros no solo, sua especialidade.

O resultado coroa uma atleta que sempre foi muito talentosa, mas teve problemas de lesão que a tiraram de eventos importantes. Mas agora, bem fisicamente, mostrou ao mundo suas qualidades e ganhou aplausos ao se apresentar no salto, barras assimétricas, trave e no solo ao som instrumental de “Baile de Favela”.

Rebeca poderia ter tido uma projeção maior antes não fossem as graves lesões que sofreu. Em 2019 ela foi submetida a uma terceira cirurgia no joelho direito (ligamento cruzado anterior) que a deixou fora do Mundial. Por causa de uma lesão idêntica dois anos antes, ela também perdeu o Mundial e os Jogos Pan-Americanos de Lima.

Por causa da pandemia de covid-19, os Jogos de Tóquio foram adiados e isso foi bom, porque ela pôde se recuperar ainda mais da lesão e ganhar ritmo de competição. Acabou se classificando para a Olimpíada no Campeonato Pan-Americano, realizado no Rio, mostrando séries boas nos aparelhos.

Rebeca começou na ginástica artística em Guarulhos. Sua tia estava trabalhando no Ginásio Bonifácio Cardoso e descobriu que haveria um teste. A mãe da garota permitiu que ela fizesse o teste e foi aprovada logo quando tinha 4 anos. Por ser forte e veloz, logo mostrou que tinha aptidão para aquilo.

Ela treinou por cinco anos lá, entre 2005 e 2010. Mas passou por muitas dificuldades. De família humilde, muitas vezes não tinha como ir até o local para treinar. A mãe trabalhava como empregada doméstica para cuidar dos oito filhos. Mas desde o início ela recebeu bastante ajuda, tanto dos treinadores quanto dos familiares.

Por Redação

Deixe uma Resposta