Especialistas reforçam a importância da aplicação da vacina contra o HPV nas escolas públicas e privadas, para aumentar a cobertura que vem caindo no país
Segundo o Ministério da Saúde, ainda não há expectativa para que a nova vacina seja distribuída pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e os preços para completar o calendário vacinal, de três doses, nos laboratórios particulares podem chegar a R$2.970 (R$990 cada dose).
Por isso, a reportagem da Itatiaia conversou com a médica ginecologista Cecilia Maria Roteli Martins, que é membro da Comissão Nacional Especializada de Vacinas da Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO), para tirar as principais dúvidas sobre a vacina contra o HPV.
Explicação da especialista
As pessoas que já completaram o esquema vacinal com a vacina quadrivalente, são recomendadas a receber a nova vacina nonavalente?
“Os indivíduos que completaram seu esquema vacinal com qualquer vacina contra HPV (seja a bivalente ou quadrivalente) não precisam se revacinar com a nonavalente. Esta resolução está amparada nas recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS) que, em reunião com seu grupo de experts, determinou essa recomendação”.
A rede pública disponibilizou apenas as duas primeiras doses da dose quadrivalente contra a HPV. Neste caso, é recomendado procurar a rede particular para receber a 3ª dose?
“Não é necessário procurar a terceira dose, pois a recomendação do Plano Nacional de Imunização (PNI) está embasada em toda a literatura que apoia duas doses de vacina HPV com intervalo de 6 meses para adolescentes de 9 a 14 anos de idade”.
Por que a vacinação contra o HPV começa em crianças tão jovens?
“A vacina nos indivíduos mais jovens encontra o sistema imune mais sensível para a maior produção de anticorpos e, consequentemente, com possibilidade de proteção por maior tempo, possibilitando que os indivíduos não precisem de novas doses no futuro”.
Adultos que não receberam a vacina na infância devem procurar um laboratório para recebê-la?
“O risco de infecção pelo vírus HPV permanece durante toda a vida, desde o momento do início da atividade sexual. Com isso, muitos indivíduos adultos que ainda não se infectaram com os subtipos incluídos nas vacinas podem se beneficiar dela”.